Huambo, Outubro de 2024
A implementação da recolha de lixo porta à porta na província do Huambo, iniciada em outubro de 2024 pela cooperativa Olupale Womuenho, tem gerado reações divididas entre os munícipes. Para alguns, a iniciativa é vista como um passo positivo para a melhoria da gestão de resíduos e conservação ambiental, enquanto para outros, o custo de 2.000 kwanzas por mês é considerado elevado, especialmente em uma região com altas taxas de desemprego.
o Engº Avelino de Carvalho, Ambientalista e Director da AJSCC-Consultoria Ambiental, destacou a importância do projecto, mas alertou para a necessidade de um sistema eficiente nas descargas dos resíduos.
“Devemos definir claramente o destino dos resíduos recolhidos. Não basta apenas recolher, é fundamental saber onde eles serão depositados e como será feito esse processo de descarga”, realçou o Ambientalista.
A preocupação do Engº Avelino de Carvalho surge no contexto da falta de informações sobre o local e os métodos utilizados pela cooperativa Olupale Womuenho para a destinação final dos resíduos, o que levanta questionamentos sobre a sustentabilidade ambiental do projecto.
Apesar dos benefícios ambientais, como a redução do lixo nas ruas e a promoção da limpeza urbana, a implementação do sistema de colecta enfrenta desafios relacionados ao custo e à transparência na gestão do lixo. Para muitos munícipes, especialmente aqueles em situação de vulnerabilidade econômica, a taxa mensal de 2.000 kwanzas representa uma carga financeira difícil de suportar porque na sua maioria são desempregados.
O debate sobre a implementação do sistema de recolha de lixo continua, com a população aguardando mais esclarecimentos sobre a gestão e a destinação final dos resíduos, e a possibilidade de ajustes nas tarifas para garantir maior acessibilidade.